O coronel Percy Harrison Fawcett era um homem de muitos predicados, além de que, como arqueólogo independente, se imbuía de muita coragem e determinação quanto aos seus objetivos, lutando sempre para vencer os obstáculos que se ofereciam. Era amigo particular dos escritores Arthur Conan Doyle e Henry Rider Haggard, e este último lhe deu de presente uma estatueta de basalto negro com estranhas inscrições gravadas e lhe disse ser originária de uma cidade perdida no Brasil (foto). Ela tinha cerca de 25 cm de altura e trazia no peito uma placa contendo as 22 letras do alfabeto sagrado, dos quais se originaram todos os demais, e no tornozelo uma referência ao Homem de Ouro da cidade de IBEZ, no Roncador.
É curioso, que alguns destes signos podem ser encontrados gravados em pedra em muitas regiões brasileiras, como se estas terras fossem, de fato, parte de uma antiga civilização, guardando em seu seio o testemunho de tal época.
NO CORAÇÃO DO BRASIL - Fawcett estava certo de que no centro da América do Sul, na região Amazônica, se encontrava o segredo do mais antigo templo mencionado pelas mais antigas tradições iniciáticas da Terra, o Templo Sagrado de IBEZ. Ele não tinha dúvidas de que nesta região central do Brasil encontraria as pistas para este mundo de lendas e sonhos e, finalmente, o objetivo de sua busca, situações que na mente de exploradores como ele, se tratavam de pura realidade. Em suas buscas, penetrou profundamente nas selvas desde os Andes até a região do Mato Grosso, onde, finalmente, desapareceu. Quanto à misteriosa cidade procurada por ele, disse ter-se contatado certa vez com um nativo na Amazônia e que este lhe havia dito que conhecia um estranho local que possuía templos magníficos, cujas casas eram iluminadas por estrelas que jamais se apagavam.
Assim ele se cercava de convicções de que havia algo grandioso nas regiões selváticas da Amazônia e apesar da descoberta das antigas ruínas de Machu Pichu pelo pesquisador Hiram Bingham, no início do século, dizia que o que procurava, se tratava de uma cidade ainda mais remota. Ele afirmava que havia um grande elo que interligava a misteriosa “Z” e a Atlântida, e chegou a escrever:
“Estou convencido de que lá embaixo, no coração do continente jaz escondido os maiores tesouros do passado conservados no mundo de hoje. O enigma da antiga Sul-América e talvez do mundo pré-histórico poderá ser resolvido somente quando essas antigas cidades forem descobertas e escavadas cientificamente. Estas cidades existem, estou certo…”.
RONCADOR - Fawcett imaginava que a cidade que procurava se encontrava próximo a Serra do Roncador entre os rios Xingu e Araguaia, no interior do Mato Grosso. Ele já havia escrito a respeito de misteriosas ruínas encontradas em suas andanças pelas selvas brasileiras. Em seu diário, conforme relata o livro “Coronel Fawcett”, de Hermes Leal, pode-se ler: “Não duvido um só instante dessas velhas cidades. Por que haveria de duvidar? Eu mesmo vi parte de uma delas – e essa é a razão pela qual achei que deveria fazer novas expedições. As ruínas parecem ser de um posto adiantado de uma das grandes cidades, as quais, estou certo serão descobertas juntamente com as outras se a expedição for bem preparada, com uma pesquisa profunda sobre o assunto”.
E ainda:“Infelizmente não posso induzir os cientistas a aceitarem até mesmo a hipótese de que há indícios de uma antiga civilização no Brasil. Viajei por lugares ainda não explorados, os índios têm me falado de construções antigas, seu povo e mais coisas estranhas existentes nestes locais”.
ÚLTIMO CONTATO - Durante muitos anos Fawcett procurou pela misteriosa cidade atlante nas selvas brasileiras e em 25 de maio de 1.925, escreveu uma última carta à sua esposa, dizendo encontrar-se no Campo do Cavalo Morto, onde seu cavalo morrera, e que estava próximo da cachoeira, de onde se determinava o rumo para seu objetivo final. Tinha a companhia de seu filho Jack e do fotógrafo Raleigh Rimell e na carta dizia para sua esposa Nina que nada poderia dar errado em seu empreendimento e que a cidade que procurava era uma realidade. A partir de então nunca mais se teve notícia do coronel Fawcett e de seus acompanhantes, e até hoje seu desaparecimento continua sendo uma incógnita.
Texto alterado do original de J.A.Fonseca : economista, escritor, conferencista, estudioso de filosofia esotérica e pesquisador arqueológico.
O Sol Negro - Livro