No entanto este não é o primeiro
caso de um misterioso desaparecimento. Lendas sobre desaparecimentos misteriosos
existem ao redor de todo mundo, durante toda história. Contudo, se você acha
que o sumiço de aviões e navios seja algo muito estranho, imagine então um
local no qual um vilarejo inteiro desapareceu! Este é o misterioso caso do
deseparecimento do lago Anjikuni.
- O local
O estuário de Anjikuni
Lake se localiza ao longo do Rio Kazan na remota região de
Nunavut, Canadá.
A área é rica em lendas e
folclore nativo sobre espíritos florestais malignos e monstros como o Wendigo,
mas por fascinantes que sejam essas estórias, não há nenhuma tão intrigante
quanto o controverso mistério envolvendo o desaparecimento dos aldeões que
viviam nas margens gélidas do Lago Anjikuni (Coordenadas GPS Referenciais:
Latitude / Longitude = 62°23'16.63"N, 101°20'14.21"W).- O que aconteceu?
Em meados de novembro de 1930, um
comerciante de peles canadense chamado Joe Lebelle, assomado por uma tempestade procura um lugar para
descansar e passar a noite. Ele se aproxima de um familiar vilarejo Inuit
aninhado nas encostas rochosas do lago. Labelle já havia visitado a região
anteriormente e feito amizade com os pacíficos habitantes do vilarejo.
Entretanto, tudo que ele se
deparou foi com a escuridão e o silêncio do total. A vila estava completamente
deserta!
Apenas duas semanas antes, a
última vez em que ele estivera lá, a vila era um assentamento agitado e cheio
de vida, com crianças correndo e fazendo algazarra, velhas carregando roupas,
homens carregando madeira e conversando nos alpendres. Mas agora aquela vila
estava vazia. Era um silêncio mortal, onde nem os animais eram ouvidos. Apenas
o ruído do vento e das janelas de madeira que eventualmente batiam.
Sem encontrar viva alma, o
caçador procurou desesperadamente por pistas que o levassem a explicar a
situação.
- Total desolação
No lago ele viu que os caiaques
dos esquimós ainda estavam nos seus lugares. Intactos. As casas estavam abertas como de costume.
Ele investigou cada uma das
cabanas e barracas na esperança de achar sinal de vida ou ao menos um indício
do que havia causado uma migração forçada mas para seu desapontamento,
descobriu nas cabanas estoques de comida, armas e peles, que jamais teriam sido
deixadas para trás.
Ao entrar numa cabana, encontrou
o lugar vazio, a fumaça vinha da lareira que era usada para cozinhar. Uma
panela com cozido de peixe havia sido abandonada no fogo. O conteúdo estava
queimado como se estivesse no fogo por muito tempo.
Em outro abrigo, encontrou uma
mesa posta e restos de comida ainda nos pratos. Em outra achou um casaco
descartado no chão, ainda com agulha e linha, como se a pessoa que estivesse
costurando tivesse sido abruptamente interrompida.
Mas havia outro detalhe
que Labelle verificou, profundamente
estarrecido: não havia rastros no chão indicando que as pessoas saíram do
acampamento.
- As autoridades
Tomado pelo medo, Joe Lebelle seguiu
noite adentro, enfrentando temperaturas geladas e de madrugada ao escritório
telegráfico do distrito mais próximo e alertou a Real Polícia Montada do
Canadá.
Exausto, ele foi ajudado pelos
guardas e contou o que havia visto, sendo enviada uma mensagem de emergência
para o quartel da Royal Canadian Mounted Police, a polícia montada
canadense.
Em primeiro lugar, descobriram
que os esquimós não levaram os seus trenós puxados por cachorros, como Joe
Labelle afirmou de início. Estranhamente, as carcaças
dos huskies foram encontradas cobertas de neve acumulada pelo vento
nas cercanias do acampamento. Eles morreram de inanição.
Em segundo lugar, o relatório dos
policiais que conduziram a busca revela que o cemitério do vilarejo havia sido
profanado. Para acrescentar outro elemento inexplicável, os policiais
verificaram que a terra do cemitério havia sido removida em montes uniformes
depositados ao lado de cada sepultura, evidenciando que o trabalho não havia
sido realizado por animais escavando. Além disso, o solo estava tão congelado
que parecia petrificado e seria impossível escavá-lo à mão.
O segundo enigma, a sepultura
aberta, era o bastante para os etnólogos familiarizados com o comportamento da
tribo estranharem, considerando que a profanação dos mortos é um dos mais
sérios tabus para o povo inuit. Qual a explicação para que as sepulturas tenham
sido perturbadas?
- Luzes estranhas
No caminho até o Lago Anjikuni, o
grupo de resgate parou numa cabana que pertencia a um caçador
chamado Armand Laurent e ouviram do homem e de seus dois filhos, que algo
estranho vinha acontecendo nas últimas noites. Eles haviam visto uma espécie de
luz muito brilhante banhando os céus noturnos e estranhos objetos em forma de
cilindro sobrevoando a área do Lago Anjikuni. O caçador havia proibido seus
filhos de deixar a casa e nenhum deles se separava de seus rifles de caça. Os
três contaram que os tais objetos voavam sem produzir o menor som e que por
vezes ficavam no céu imóveis. Em certa ocasião contaram mais de 15 deles
sobrevoando em diferentes altitudes.
Após algumas investigações, os
policiais concluíram que os habitantes do vilarejo haviam simplesmente partido
em algum tipo de migração sazonal, porém sem nunca rastrear tal rota de
imigração ou ao menos explicar por que não havia nenhum rastro recente, o que
seria virtualmente impossível considerando que a migração tivesse sido
realizada às pressas. Além disso, porque teriam abandonado nas tendas os seus
bens mais preciosos, tal como seus animais? Como afirmou um oficial na
ocasião: “Esse acontecimento é, de um modo geral, fisicamente improvável.”
O mistério sobre o que pode ter acontecido jamais foi desvendado e a região do Lago Anjikuni é evitada pela maior parte das tribos inuit, Após o acontecimento circularam várias histórias sobre uma suposta maldição existente na área da tragédia. De fato, nenhuma outra tribo inuit vivia em um raio de 50 quilômetros do estuário.
FONTE: http://aborigine42.blogspot.com.br/2014/05/anjikuni-o-misterio-de-uma-vila-inteira.html