Num primeiro momento se pensou que se tratava de um avião em chamas, mas esta hipótese foi finalmente descartada. As autoridades e diversos institutos científicos de toda Espanha tem dado como certo que o acontecimento foi provocado pela queda e desintegração de um meteorito.
O diretor do Museu de Ciências de Valência, Manuel Toaria, assegurou que o fenômeno observado ontem foi devido “a um grande meteorito, dos muitos que caem sobre a Terra todos os anos“. O presidente da Associação Valenciana de Astronomia, Angel Flores, manifestou que as ‘bolas de fogo são um fenômeno “cotidiano”, e de fato caem diariamente sobre a Terra “cem toneladas de meteoritos”.
Por sua parte, o Instituto Nacional de Meteorologia informou de que com os meios que conta este centro -radares e imagens por satélite- “não se detectou nada fora do normal” e praticamente descartaram que se trate de algum fenômeno atmosférico conhecido.
Busca do maior fragmento
Esta manhã, a Guarda Civil de León intensificou, com a ajuda de um helicóptero, a busca do fragmento de meteorito que, ao que parece, caiu no limite entre as províncias de León e de Palencia.Em torno de trinta agentes do Instituto Armado prosseguiram durante toda a noite trabalhos de busca no leste da província de León e no noroeste da de Palencia, especialmente entre as localidades de Renedo de Valderaduey e a de Guardo.
Neste limite geográfico, de uns vinte e cinco quilômetros de extensão, os moradores alertaram a Guarda Civil e o serviço de emergência telefônica do 112 da presencia de uma “grande bola de fogo que deixava uma esteira prateada” e que, posteriormente, originou uma forte explosão seguida de um tremor de terra ontem, durante a tarde .
Fontes locais confirmaram a Efe que este tremor pode ser sentido na localidade de Renedo de Valderaduey, “onde se moveram os vidros, as portas e a terra alguns minutos depois de se haver escutado uma forte explosão“.
A Guarda Civil estuda a possibilidade de que este último barulho possa estar relacionado com a velocidade com que o meteorito sulcou o céu, acima da barreira do som, se bem que o fato de que num raio de uns cinquenta quilômetros de comprimento se registrasse um tremor de terra faz pensar que caiu na terra, num lugar que não foi localizado.
Não foi o único lugar onde o meteorito poderia impactar com a terra. Ontem à tarde, os bombeiros tiveram que intervir para apagar um fogo na localidade castellonense de Cabanes, atrás da discoteca ‘Pirâmide na estrada de Oropesa. Também na província de Castellón, entre os municípios de Nules e Vall d’ Uxo, se registraram pequenos incêndios devido à queda das bolas.
Do campo de futebol
As bolas de fogo também se viram nas quatro províncias de Galicia. Os espectadores que assistiam a partida que disputavam no estádio San Lázaro de Santiago de Compostela a equipe local e o San Sebastián de os Reyes também puderam avistar o estranho fenômeno.José Ángel Docobo, diretor do Observatório Astronômico ‘Ramón María Aller’, da Universidade de Santiago, que assistia a essa partida, explicou que poderia tratar-se de um fenômeno natural, uma pedra cósmica que estava se movendo em torno do sol e que, em seu caminho, se encontrou com a Terra e, ao entrar nela, se fragmentou produzindo o efeito que se pode ver.
Docobo recordou que em 1996 o Observatório Astronômico ‘Ramón Aller’ fez um estudo exaustivo de um fenômeno similar, causado por una pedra de 10 toneladas. Agora, o especialista crê que poderia tratar-se de um bólido de entre 50 e 100 toneladas de peso já que foi visto em muitos lugares da Espanha e em plena luz do dia.
Outra das hipótese que o cientista cogitou é que fosse a entrada na atmosfera de algum objeto artificial, como algum resto de foguete ou satélite, opção esta que, em sua opinião, é menos provável.
Na primeira hora da tarde de ontem, centenas de moradores da zona norte da Comunidade de Madrid chamaram ao 112, a polícia e a Guarda Civil para informar de que haviam visto “‘bolas de fogo” no céu na zona de Sierra. Segundo informações, moradores de Albacete, Valencia, Palencia, Teruel e Baleares também alertaram os serviços de emergência pelo mesmo acontecimento entre as 18.00 e as 19.00 horas.
AENA (departamento de Aeroportos Espanhóis e Navegação Aérea) assegurou que não tinha conhecimento de que se houvesse produzido algum problema nas operações aéreas, embora a torre de controle do aeroporto de Madrid-Barajas tenha se posto em contato no meio da tarde com o Centro Meteorológico Territorial para informar-se sobre este fenômeno. Tampouco a empresa de aviação Iberia recebeu alguma notificação de seus pilotos sobre este fenômeno.
Fotos e vídeo:
http://www.a3n.tv/mNoticia.asp?seccion=Noticias/%DAltima%20hora&news=6398407
Fonte: Elmundo.Es
Tradução: Andréia Tschiedel