Militares se negam a abrir arquivos ainda classificados

Militares se negam a abrir arquivos ainda classificados

Mais de um ano após histórica reunião com ufólogos no Ministério da Defesa, não foi cumprida a promessa de disponibilizar documentos ainda mantidos fora do alcance da sociedade.

Em 18 de abril de 2013, algo inédito no mundo aconteceu.
Pela primeira vez as Forças Armadas de um país receberam, na própria sede de seu Ministério da Defesa, ufólogos e pesquisadores para debater a necessidade de abertura de arquivos secretos, e também uma cooperação na investigação de ocorrências ufológicas.
E esse fato aconteceu no Brasil, quando membros da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), foram recebidos em Brasília por representantes de Força Aérea, Exército e Marinha, sob a direção do secretário de Coordenação e Organização Institucional do Ministério da Defesa e mediador do evento, doutor Ari Matos Cardoso.

Durante o encontro os pesquisadores constataram que alguns dos militares presentes, de forma surpreendente, desconheciam casos importantíssimos ocorridos em território brasileiro, como o Caso Varginha e a Operação Prato.
Por sua vez, Ari Cardoso mostrou-se receptivo aos argumentos dos ufólogos, que seguidamente deixaram claro o desejo de toda a Comunidade Ufológica Brasileira de uma cooperação com as Forças Armadas, nos moldes da que já ocorre em muitos países vizinhos.
É absolutamente contraditório que existam comissões mistas nessas nações enquanto o Brasil, com uma casuística e importância incomparavelmente maiores, esse trabalho em conjunto ainda não tenha sido estabelecido.

Ari Barroso foi sensível aos apelos dos ufólogos quanto ao fim do sigilo e abertura dos arquivos ainda mantidos secretos, e na época afirmou: "A regra geral no Ministério da Defesa é disponibilizar aos ufólogos todos os documentos que ainda estiverem resguardados por sigilo nas Forças Armadas. Alguns casos ainda têm que obedecer ao prazo legal, mas isso é uma questão que em breve será solucionada".
O secretário ainda falou sobre como o Ministério encara o assunto: "Quero assegurar aos senhores que estamos levando essa pauta muito a sério, que respeitamos profundamente o trabalho que realizam e que iremos fazer de tudo ao nosso alcance para concretizar um canal de comunicação para que alcancem seus objetivos.

Para total decepção da Comunidade Ufológica Brasileira, entretanto, mais de um ano depois as promessas de liberdade de informações e de cooperação não foram cumpridas.
O Portal Terra, em junho de 2013, entrevistou o coordenador do Serviço de Informações ao Cidadão do Ministério da Defesa, coronel Alexandre Emilio Spengler, o qual afirmou que os documentos ainda por liberar a respeito da Operação Prato seriam divulgados no máximo até 2014.
Os ufólogos sempre deixaram claro que somente uma pequena parte, no máximo 20%, dos materiais da Operação Prato haviam sido liberados. Lamentavelmente, entretanto, agora a Força Aérea Brasileira alega que não restou mais qualquer documento relativo a essa missão militar para ser liberado, e tudo já se encontra disponível no Arquivo Nacional.

É uma atitude lamentável e inaceitável, visto que a Ufologia Brasileira tem conhecimento de que a Operação Prato produziu 2.000 páginas de documentos, 500 fotos e 16 horas de filme.
O material já divulgado consiste em 300 páginas, 150 fotos, e nenhum filme. Essa atitude dos militares nega para a sociedade brasileira o direito de conhecer todas as informações a respeito da maior operação militar oficial de pesquisa de UFOs já dada a conhecer ao mundo, e que ocorreu nas selvas do Pará nos meses finais de 1977, em resposta à chamada onda chupa-chupa.
Os documentos que faltam liberar agora se enquadram na categoria de não encontrado, destruído ou nunca existente.
Vale lembrar que o decreto nº 79.099/77, que regulamentava a manipulação de documentos sigilosos, previa a destruição de documentos.

 

 A. J. Gevaerd, editor da Revista UFO, comenta: "Há uma contradição.
Não dá para, simplesmente, a Aeronáutica dizer que não tem mais nada e acabou.
A partir do momento em que fossem liberadas filmagens, por 10 minutos que fosse, de discos voadores sobre a Amazônia, feitos durante a Operação Prato, seria algo revolucionário". Sobre o que houve com os documentos negados, existe a hipótese de que tenham sido danificados de forma não intencional, já que foram produzidos há quatro décadas.
Porém, outra possibilidade é que estejam de posse de militares fora do serviço ativo, ao que Gevaerd comenta: "É mais fácil que tenha havido ocultação.
Alguém pode ter considerado que os documentos são muito sérios para caírem na mão de ufólogos e da sociedade por, no mínimo, mais uns 50 anos”. De qualquer forma, é uma atitude dolosa para a Ufologia e a sociedade brasileira.


Crédito da foto: Revista UFO
Legenda da foto: A pesquisa militar na Amazônia, por meio da Operação Prato, ainda precisa ser revelada em sua totalidade.

mas andes
Ufólogo e integrante do Grupo de Amigos que Estudam Mistérios e Ufologia criado em 1997, atuando em Guarujá e região, efetuando pesquisas nas áreas de ufologia e espiritualidade, e suas diversas ramificações. Militares se negam a abrir arquivos ainda classificados .
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